Projeto ambicioso pode deixar Brasil mais perto da China, mas tem um problema: crime organizado pode ser beneficiado por isso
Brasil e seus vizinhos sul-americanos estão diante de um grande desafio. Uma nova rota continental, que deverá ficar pronta em 2026, promete conectar países e transformar a logística comercial entre América Latina e Ásia.
Porém, além dos benefícios econômicos, essa via também apresenta riscos consideráveis: ela pode se tornar um caminho para o tráfico de drogas, armas e outras atividades criminosas.
O que é a Rota Bioceânica?
A Rota Bioceânica, também conhecida como Corredor Bioceânico de Capricórnio, representa uma das principais apostas do Brasil e de seus parceiros para melhorar a integração sul-americana e fortalecer a economia regional.
O projeto visa criar uma ligação direta entre o Atlântico e o Pacífico, conectando o Porto de Santos (Brasil) ao Chile, por meio dos portos de Antofagasta e Iquique.
A conclusão da obra está prevista para 2026, e o impacto esperado é significativo.
A rota deverá encurtar em até 7.000 km a distância percorrida pelos produtos brasileiros até os mercados consumidores da Ásia, além de reduzir em cerca de 20 dias o tempo de transporte.
Atualmente, para acessar a Ásia, os produtos brasileiros seguem um trajeto mais longo, contornando o continente africano ou desviando pelo Canal do Panamá, o que aumenta os custos e gera riscos de atrasos devido a condições climáticas adversas.
Desafios de segurança: prevenção ao crime organizado
Embora o projeto traga benefícios comerciais consideráveis, ele também apresenta um risco significativo de facilitar a atuação de grupos criminosos.
De acordo com Antônio Fernando Souza Oliveira, diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), qualquer nova rota de grande porte tende a ser explorada pelo crime organizado, além de ser utilizada por turistas e empresas.
A abertura dessa rota poderia facilitar o tráfico de drogas, armas e até de seres humanos, aumentando a preocupação com a segurança nas regiões que serão impactadas.
Para combater esses riscos, a PRF tem desenvolvido um acordo de cooperação internacional inédito entre os países que fazem parte da rota e seus vizinhos, como o Uruguai.
Este memorando de entendimento visa aprimorar a troca de informações de inteligência entre as forças de segurança, além de criar planos conjuntos de fiscalização e controle ao longo da rota.
A troca de dados de inteligência será agilizada, permitindo um monitoramento mais eficaz das atividades nos pontos de passagem de fronteira.
A cooperação internacional em foco
Até o momento, Paraguai já assinou o acordo, e Chile e Uruguai devem fazer o mesmo nos próximos dias.
A Argentina ainda não formalizou sua adesão, mas a PRF está aguardando uma resposta positiva.
A cooperação internacional será fundamental para que as forças de segurança possam trabalhar de forma integrada, fazendo uso de tecnologia de ponta para a vigilância de toda a extensão da Rota Bioceânica.
Em breve, deverá ser iniciado um programa de intercâmbio de agentes policiais entre os países envolvidos.
O objetivo é garantir que as equipes de segurança de cada nação conheçam a realidade local e possam responder de maneira mais eficiente a qualquer situação de risco.
A logística brasileira: o papel das rodovias
Dentro do Brasil, a Rota Bioceânica vai cortar rodovias de Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Além das melhorias necessárias para viabilizar o fluxo de mercadorias, a PRF já está planejando a construção de novos postos de controle ao longo da rota.
Isso ajudará a manter a segurança e a eficiência logística, além de garantir que os requisitos legais de transporte sejam atendidos.
Vale ressaltar que o objetivo principal do projeto não é criar novas estradas, mas sim integrar e melhorar as rodovias já existentes.
Algumas dessas melhorias incluirão a duplicação ou triplicação de trechos de estradas, um processo que está sendo coordenado pelo Ministério dos Transportes.
O impacto econômico e cultural
A criação da Rota Bioceânica não se limita aos aspectos logísticos e de segurança.
Esse projeto trará uma série de benefícios para as economias locais e para a integração cultural entre os países envolvidos.
O turismo, a gastronomia e a cultura terão um papel importante no fortalecimento das relações entre as nações da região.
Segundo João Victor Villaverde, secretário de Articulação Institucional do Ministério do Planejamento e Orçamento, a integração das vias será transformadora.
A abertura da rota irá facilitar o comércio exterior e proporcionar novas oportunidades de negócios.
Para os países vizinhos, o corredor também será um impulsionador para o desenvolvimento econômico e a conexão entre culturas, facilitando o intercâmbio e a troca de produtos, serviços e até de saberes.
O papel da Anvisa e da Receita Federal
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já está se preparando para o impacto da nova rota, especialmente no que diz respeito à fiscalização de produtos sujeitos a controle sanitário.
A agência desenvolverá planos de contingência locais para os pontos de passagem de fronteira.
O objetivo é garantir que o fluxo de cargas e pessoas ocorra de maneira segura e dentro das exigências sanitárias internacionais.
Já a Receita Federal, embora não tenha comentado oficialmente sobre o projeto, será uma das principais responsáveis pela fiscalização das mercadorias que atravessam as fronteiras, garantindo que as normas fiscais sejam cumpridas.
Inovações tecnológicas e acesso a informações
Uma das ferramentas mais inovadoras que a PRF criou para garantir a segurança e a legalidade do trânsito nas rodovias da Rota Bioceânica foi o desenvolvimento do aplicativo PRF Mercosul.
Este aplicativo tem como objetivo fornecer orientações para os condutores e proprietários de veículos sobre as exigências mínimas para a condução de veículos no Brasil e nos outros países da rota.
A legislação de trânsito varia de país para país, o que torna fundamental que os motoristas tenham acesso a informações atualizadas. Brasil e seus vizinhos sul-americanos estão diante de um grande desafio. Uma nova rota continental, que deverá ficar pronta em 2026, promete conectar países e transformar a logística comercial entre América Latina e Ásia.
Porém, além dos benefícios econômicos, essa via também apresenta riscos consideráveis: ela pode se tornar um caminho para o tráfico de drogas, armas e outras atividades criminosas.
O que é a Rota Bioceânica?
A Rota Bioceânica, também conhecida como Corredor Bioceânico de Capricórnio, representa uma das principais apostas do Brasil e de seus parceiros para melhorar a integração sul-americana e fortalecer a economia regional.
O projeto visa criar uma ligação direta entre o Atlântico e o Pacífico, conectando o Porto de Santos (Brasil) ao Chile, por meio dos portos de Antofagasta e Iquique.
A conclusão da obra está prevista para 2026, e o impacto esperado é significativo.
A rota deverá encurtar em até 7.000 km a distância percorrida pelos produtos brasileiros até os mercados consumidores da Ásia, além de reduzir em cerca de 20 dias o tempo de transporte.
Atualmente, para acessar a Ásia, os produtos brasileiros seguem um trajeto mais longo, contornando o continente africano ou desviando pelo Canal do Panamá, o que aumenta os custos e gera riscos de atrasos devido a condições climáticas adversas.
Desafios de segurança: prevenção ao crime organizado
Embora o projeto traga benefícios comerciais consideráveis, ele também apresenta um risco significativo de facilitar a atuação de grupos criminosos.
De acordo com Antônio Fernando Souza Oliveira, diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), qualquer nova rota de grande porte tende a ser explorada pelo crime organizado, além de ser utilizada por turistas e empresas.
A abertura dessa rota poderia facilitar o tráfico de drogas, armas e até de seres humanos, aumentando a preocupação com a segurança nas regiões que serão impactadas.
Para combater esses riscos, a PRF tem desenvolvido um acordo de cooperação internacional inédito entre os países que fazem parte da rota e seus vizinhos, como o Uruguai.
Este memorando de entendimento visa aprimorar a troca de informações de inteligência entre as forças de segurança, além de criar planos conjuntos de fiscalização e controle ao longo da rota.
A troca de dados de inteligência será agilizada, permitindo um monitoramento mais eficaz das atividades nos pontos de passagem de fronteira.
A cooperação internacional em foco
Até o momento, Paraguai já assinou o acordo, e Chile e Uruguai devem fazer o mesmo nos próximos dias.
A Argentina ainda não formalizou sua adesão, mas a PRF está aguardando uma resposta positiva.
A cooperação internacional será fundamental para que as forças de segurança possam trabalhar de forma integrada, fazendo uso de tecnologia de ponta para a vigilância de toda a extensão da Rota Bioceânica.
Em breve, deverá ser iniciado um programa de intercâmbio de agentes policiais entre os países envolvidos.
O objetivo é garantir que as equipes de segurança de cada nação conheçam a realidade local e possam responder de maneira mais eficiente a qualquer situação de risco.
A logística brasileira: o papel das rodovias
Dentro do Brasil, a Rota Bioceânica vai cortar rodovias de Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Além das melhorias necessárias para viabilizar o fluxo de mercadorias, a PRF já está planejando a construção de novos postos de controle ao longo da rota.
Isso ajudará a manter a segurança e a eficiência logística, além de garantir que os requisitos legais de transporte sejam atendidos.
Vale ressaltar que o objetivo principal do projeto não é criar novas estradas, mas sim integrar e melhorar as rodovias já existentes.
Algumas dessas melhorias incluirão a duplicação ou triplicação de trechos de estradas, um processo que está sendo coordenado pelo Ministério dos Transportes.
O impacto econômico e cultural
A criação da Rota Bioceânica não se limita aos aspectos logísticos e de segurança.
Esse projeto trará uma série de benefícios para as economias locais e para a integração cultural entre os países envolvidos.
O turismo, a gastronomia e a cultura terão um papel importante no fortalecimento das relações entre as nações da região.
Segundo João Victor Villaverde, secretário de Articulação Institucional do Ministério do Planejamento e Orçamento, a integração das vias será transformadora.
A abertura da rota irá facilitar o comércio exterior e proporcionar novas oportunidades de negócios.
Para os países vizinhos, o corredor também será um impulsionador para o desenvolvimento econômico e a conexão entre culturas, facilitando o intercâmbio e a troca de produtos, serviços e até de saberes.
O papel da Anvisa e da Receita Federal
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já está se preparando para o impacto da nova rota, especialmente no que diz respeito à fiscalização de produtos sujeitos a controle sanitário.
A agência desenvolverá planos de contingência locais para os pontos de passagem de fronteira.
O objetivo é garantir que o fluxo de cargas e pessoas ocorra de maneira segura e dentro das exigências sanitárias internacionais.
Já a Receita Federal, embora não tenha comentado oficialmente sobre o projeto, será uma das principais responsáveis pela fiscalização das mercadorias que atravessam as fronteiras, garantindo que as normas fiscais sejam cumpridas.
Inovações tecnológicas e acesso a informações
Uma das ferramentas mais inovadoras que a PRF criou para garantir a segurança e a legalidade do trânsito nas rodovias da Rota Bioceânica foi o desenvolvimento do aplicativo PRF Mercosul.
Este aplicativo tem como objetivo fornecer orientações para os condutores e proprietários de veículos sobre as exigências mínimas para a condução de veículos no Brasil e nos outros países da rota.
A legislação de trânsito varia de país para país, o que torna fundamental que os motoristas tenham acesso a informações atualizadas.
O aplicativo está disponível em português e espanhol e, futuramente, poderá incluir também as regras para tráfego nos outros países da Rota Bioceânica.
O aplicativo está disponível em português e espanhol e, futuramente, poderá incluir também as regras para tráfego nos outros países da Rota Bioceânica.
Fonte: Revista Sociedade Militar