O Corredor Bioceânico, a grande ferramenta que impulsionará o comércio e o desenvolvimento na América Latina
Para representantes da Argentina, Brasil e Chile no 6º Fórum do Corredor Bioceânico, a Rota Bioceânica representa uma oportunidade para fortalecer o comércio, o investimento e o desenvolvimento. Conforme acordado no seminário, a integração e a cooperação continuarão sendo os pilares deste projeto.
A integração do Brasil, Argentina, Chile e Paraguai por meio da Rota Bioceânica se consolida como um pilar fundamental para o desenvolvimento econômico e social da região.
Isso foi destacado por líderes políticos e empresariais durante o Seminário Internacional sobre a Rota Bioceânica, onde foram abordados os desafios e oportunidades desse corredor comercial.
Sérgio Longen, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (FIEMS), reconheceu a importância estratégica da rota. Segundo ele, esse é um projeto que os especialistas em logística já consideram como o “Canal do Panamá Brasileiro”.
Para Longen, com o sistema bioceânico, Mato Grosso do Sul se torna um ponto-chave para o comércio internacional, gerando novas oportunidades.
Ele também anunciou o lançamento em maio do Observatório da Indústria, uma iniciativa que permitirá aos empreendedores conhecer oportunidades de negócios, pesquisar exportações e importações e analisar cadeias produtivas.
“Lançaremos uma nova ferramenta de trabalho para todos os setores envolvidos”, enfatizou.
Impacto econômico e desafios alfandegários
O impacto da rota será significativo, permitindo a exportação de mais de 8,6 milhões de toneladas de produtos anualmente e gerando um faturamento econômico de mais de US$ 3 bilhões em setores como agricultura, celulose, processamento de carnes e mineração.
Ao mesmo tempo, aumentará as importações com um potencial de mais de US$ 300 bilhões em produtos como fios, roupas, material rodante de ferro e aço, produtos químicos e óleos vegetais.

Embora Longen também tenha alertado sobre alguns obstáculos, definindo as questões alfandegárias como um dos maiores desafios a serem enfrentados.
“Não acredito em integração aduaneira entre países porque a burocracia está do lado brasileiro. Precisamos de um grande esforço político para garantir que o fluxo da rota não seja prejudicado pela burocracia brasileira, uma das mais complexas do mundo”, explicou.
Uma aposta estratégica para a região
Por sua vez, Eduardo Riedel, governador do Mato Grosso do Sul, destacou o caráter histórico do evento, descrevendo-o como motivo de grande alegria.
Isso porque a integração física é o primeiro passo, mas a integração digital e a segurança jurídica também são essenciais para os investimentos. Ele também destacou a importância da cooperação internacional.

Investimentos e um projeto humano
Ricardo Díaz Cortés, governador de Antofagasta, Chile, anunciou um investimento de US$ 40 milhões em uma zona logística para facilitar o comércio regional.
“Queremos que empresários do Paraguai, Brasil e Argentina vejam Antofagasta como uma região favorável ao investimento e ao desenvolvimento industrial”, afirmou.
Ele também revelou o andamento de um acordo de US$ 700 milhões com o Ministério de Obras Públicas para melhorar estradas e construir áreas de descanso para caminhoneiros, a fim de minimizar o impacto nas comunidades locais.
Sobre o impacto social do projeto, José Miguel Carvajal, governador de Tarapacá, no Chile, enfatizou que não se trata apenas de uma iniciativa econômica, mas de um sonho social que ajudará a conter o aumento dos preços dos alimentos em todo o mundo.

Cooperação internacional para o desenvolvimento do corredor
Julio San Millán, representante de Relações Internacionais de Salta, Argentina, lembrou que a iniciativa foi promovida em 2015 pelos presidentes do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile no âmbito do Mercosul.
“Desde dezembro de 2023, o projeto conta com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o que permite o desenvolvimento de ações e projetos acordados pelos quatro países beneficiários”, explicou.

Por sua vez, Carlos Alberto Sadir, governador de Jujuy, reconheceu a importância da integração regional e mencionou que o Corredor Bioceânico é uma iniciativa de desenvolvimento produtivo, de conexão de países e de vínculo com o mundo.
Sadir enfatizou que Jujuy tem uma parte importante do corredor e do Passo Jama, que conecta com o Chile. Por fim, ele pediu aos governos que forneçam ferramentas e mecanismos para facilitar o crescimento do projeto.
“Juntos, devemos nos comprometer a fazer do corredor uma importante ferramenta de desenvolvimento para nosso povo”, concluiu.
Fonte: Forbes PY