Ministério peruano quer o Brasil e China debatendo avanços na construção da Ferrovia Bioceânica
O ministério dos transportes do Peru anunciou em Lima a construção de uma agenda entre o governo do país, do Brasil e da China para debater a construção da Ferrovia Bioceânica e avançar no projeto rumo à criação de uma rota conectando os oceanos Atlântico, no litoral brasileiro, e do Pacífico, no litoral peruano, que passaria pelo Acre. O objetivo é conectar a América Latina ao continente asiático e o Acre está no meio do caminho desta nova rota estratégica.
A criação de corredores conectando a América Latina à Ásia pode fazer da região um polo industrial e fomentar o desenvolvimento local com o apoio da China, algo que vai contra os interesses dos Estados Unidos, conforme vem demonstrando o governo norte-americano ao longo do tempo em que o projeto é discutido. O projeto da Ferrovia Bioceânica oferecerá uma alternativa ao canal do Panamá, dominado pelos EUA.
A ligação interoceânica é um projeto antigo, idealizado desde a década de 1950, que ganhou impulso em 2000, com a implementação da Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA), assinada naquele ano por 12 países sul-americanos, com o objetivo de alavancar a integração regional. O debate ganhou mais força posteriormente, em 2008, quando a IIRSA foi incorporada ao Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento (Cosiplan), criado pela União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Um avanço nas discussões pode incomodar os EUA, uma vez que o governo do presidente norte-americano, Donald Trump, busca conter a influência da China na América do Sul. Por isso, ele vem anunciando que os EUA podem, novamente, se apossar do Canal do Panamá.
A China está presente no mundo todo, através de estratégias diferentes dos Estados Unidos. São estratégias que buscam, que fortalecem e estão presentes mais do ponto de vista da infraestrutura, do desenvolvimento de alguns países, e não do ponto de vista mais geopolítico, de embate, de ameaça, como agem os EUA.
Fonte: Juruá Informativo