Mato Grosso do Sul projeta R$ 100 bilhões em novos investimentos até 2030
O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, encerrou uma série de reuniões com empresários em São Paulo com projeções otimistas para a economia estadual. Segundo ele, nos próximos cinco anos o Estado deve receber mais de R$ 100 bilhões em investimentos privados, com destaque para os setores de infraestrutura, bioenergia, florestas plantadas e a expansão da produção de laranja.
De acordo com Riedel, o bom desempenho do Estado na atração de capital se mantém, mesmo com os desafios trazidos pela futura reforma tributária, que prevê o fim de incentivos fiscais em várias unidades da federação. Segundo o governador, as empresas que já operam em MS têm demonstrado disposição em permanecer e expandir suas operações devido à competitividade logística e estratégica do Estado.

Setores em expansão: da celulose à laranja
Um dos destaques entre os novos aportes será a ampliação da fábrica da Bracell, empresa do setor de celulose, que deve injetar R$ 25 bilhões em novos projetos. Além disso, os leilões de concessões rodoviárias, somados, devem trazer mais de R$ 20 bilhões em investimentos em infraestrutura nos próximos anos.
A citricultura, que vem ganhando força no Estado, também é apontada como uma nova frente de crescimento. Atualmente, Mato Grosso do Sul conta com cerca de 40 mil hectares de laranja plantados, com perspectiva de atrair indústrias processadoras, gerando emprego e agregando valor à produção local. “Cada dois hectares de laranja plantados representam um novo emprego direto no campo”, destacou Riedel.

Rota Bioceânica: uma nova fronteira logística
A Rota Bioceânica, corredor rodoviário que vai ligar o Brasil aos portos do Chile via Paraguai e Argentina, é outro fator que, segundo o governador, impulsionará o desenvolvimento de MS. A previsão é que o trajeto esteja totalmente operacional a partir de 2027, com um ritmo crescente de utilização ao longo da próxima década.
“A Rota não será apenas um canal de exportação, mas um vetor para novas atividades logísticas e industriais, principalmente em regiões hoje pouco exploradas”, afirmou.
Pecuária mais eficiente
Sobre a mudança no uso do solo, Riedel destacou que, nos últimos anos, 5 milhões de hectares de pastagens foram convertidos para outras culturas, como eucalipto, soja, milho, amendoim e a própria laranja. Mesmo com a redução de área, a produção de carne bovina foi mantida graças ao avanço da tecnologia e da produtividade.
“Essa evolução é resultado direto da ciência aplicada ao campo. O Estado conta com três centros da Embrapa, universidades e fundações que têm sido fundamentais nesse processo de ganho de produtividade”, explicou.
Ajuste à nova realidade tributária
Em relação à reforma tributária, Riedel garantiu que o Estado está se preparando para o novo ambiente fiscal. Ele acredita que os setores que permanecem em Mato Grosso do Sul serão naturalmente competitivos, mesmo com o fim de incentivos fiscais, devido à localização estratégica e ao ambiente de negócios favorável.
“Estamos trabalhando para transformar esse momento de transição em oportunidade. Nossa meta é manter o crescimento econômico e ampliar as oportunidades sociais para a população sul-mato-grossense”, finalizou.
Fonte: Folha de Campo Grande