Lula: “rotas bioceânicas encurtarão a distância entre Brasil e China e serão conquistas para o Norte e Nordeste
Durante discurso no Fórum Brasil-China, em Pequim, nesta segunda-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a destacar a relevância da parceria estratégica com o país asiático, desta vez com ênfase nas iniciativas de integração logística e infraestrutura. A fala foi transmitida pela TV Brasil.
Lula afirmou que as possibilidades de cooperação entre Brasil e China na área de infraestrutura são amplas, sobretudo em projetos que tenham capacidade de induzir o desenvolvimento de longo prazo. “O corredor ferroviário leste-oeste, que vai interligar o Brasil, será o empreendimento fundamental para a logística brasileira e um dos mais transformadores para a garantia da segurança alimentar do mundo”, afirmou.
Integração continental e segurança alimentar – O presidente explicou que a conexão do Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico, por meio de cinco rotas de integração sul-americana, deve transformar não apenas o comércio entre Brasil e China, mas também a dinâmica socioeconômica do interior do continente. Segundo ele, as rotas bioceânicas podem reduzir em cerca de 10 mil quilômetros a distância entre os dois países.
Essa redução de distância, frisou, não é apenas um ganho logístico, mas representa uma reconfiguração estratégica das cadeias de abastecimento globais e uma oportunidade de integração regional mais equitativa. “Conectar o Atlântico ao Pacífico facilitará o intercâmbio comercial e levará mais desenvolvimento para o interior do continente sul-americano”, afirmou.
Benefícios diretos para o Norte e o Nordeste – Lula celebrou também a inauguração, no mês passado, de uma nova rota marítima direta entre a China e os portos brasileiros de Santana (no Amapá) e Salvador (na Bahia), como mais um avanço concreto na relação bilateral. “É uma conquista adicional para a região Norte e a região Nordeste brasileira”, destacou, mencionando a importância do fortalecimento da infraestrutura portuária como instrumento de redução de desigualdades regionais.
Próximos passos: turismo e conexões aéreas – O presidente também apontou novos desafios para o aprofundamento da parceria. Segundo ele, o intercâmbio entre os povos deve ir além das relações comerciais. “Nosso próximo desafio será o de elevar o intercâmbio de turistas entre Brasil e China e de ampliar as conexões aéreas entre os nossos dois países”, declarou.
Ao concluir sua fala, Lula deixou claro que o esforço do Brasil em estreitar os laços com a China passa não apenas pelo investimento em infraestrutura física, mas também por uma diplomacia ativa voltada à construção de pontes culturais e sociais.
Fonte: Brasil 247