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Gabriel Boric visita o Brasil para tratar de comércio, investimentos e Rota Bioceânica

Brasília – O presidente do Chile, Gabriel Boric realiza nesta terça-feira (22) e quarta-feira (23) visita de Estado a Brasília acompanhado por uma delegação integrada por ministros, parlamentares, governadores e empresários com o objetivo de consolidar as relações bilaterais, aprofundando os laços comerciais e de investimentos entre os dois países.

Em reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com seus ministros também será tratada a questão da rota “Bioceânica de Capricórnio”, que liga os portos de Santos (SP), Paranaguá (PR), São Francisco do Sul e Itajaí (SC), cruza o Paraguai e a Argentina e liga aos portos chilenos de Iquique, Mejillones e Antofagasta, no Oceano Pacífico. Durante a visita, Boric fará uma conferência na Universidade de Brasília (UnB) sobre direitos humanos.

Segundo o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, os dois países possuem uma ótima relação histórica, mas ainda há muito espaço para crescer. Viana enfatiza o grande potencial que empresários e investidores brasileiros podem encontrar no país, mas destacou também que “o Brasil precisa abrir suas portas para a imensa cadeia produtiva que o Chile tem”. Ele também ressaltou a importância da desconcentração das exportações dos dois países e a necessidade de diversificar a pauta exportadora bilateral, acrescentando produtos de maior valor agregado.

Durante a visita a Brasília será celebrado o Dia da Amizade entre Brasil e Chile, que exalta as relações diplomáticas estabelecidas entre os dois países em 22 de abril de 1836. A data comemorativa foi criada em agosto do ano passado, na visita do presidente Lula da Silva ao Chile.

De acordo com a chancelaria chilena, “pelo seu potencial de integração logística e comercial, a viagem do presidente Gabriel Boric tem entre seus objetivos gerar maiores instâncias de colaboração e intercâmbio econômico, com medidas-chave como a conclusão do Corredor Rodoviário Bioceânico que unirá o Chile ao Brasil”.

Por sugestão do presidente Boric, durante a reunião com Lula deverá ser organizado um seminário com autoridades brasileiras e chilenas para debater o plano. A idéia é debater, por exemplo, os impactos que essa nova rota acarretaria no comércio e turismo entre os países envolvidos. A expectativa do governo brasileiro é de que a rota esteja concluída ainda no governo do presidente Lula.

Chile, parceiro importante para o Brasil

O Brasil é o terceiro principal parceiro comercial do Chile, atrás apenas da China e dos Estados Unidos e o Chile é o sexto maior destino das exportações brasileiras e líder em investimentos no país andino entre os latino-americanos.

Apesar desses números, o governo brasileiro considera importante imprimir maior dinamismo ao comércio bilateral, além de diversificar a pauta exportadora para o mercado chileno, integrada principalmente por produtos primários.

Também é motivo de preocupação a queda nas exportações para o país andino. Em 2024, elas tiveram uma retração de -16,2% para US$ 6,658 bilhões, correspondentes a 1,98% das vendas externas totais brasileiras. No período, as exportações chilenas cresceram 14,8% e totalizaram US$ 4,952 bilhões. A soma das exportações e importações alcançou a cifra de US$ 11,610 bilhões (queda de 5,3%) e o intercâmbio bilateral proporcionou ao Brasil um superávit de US$ 1,705 bilhões.

No primeiro trimestre de 2025, as exportações para o Chile seguiram em queda, mas de apenas 0,2% e somaram US$ 1,563 bilhão, com o país andino ocupando a oitava posição entre os principais destinos das vendas externas brasileiras.

Por outro lado, as exportações chilenas iniciaram o ano em trajetória ascendente, subindo 14,8% comparativamente com o mesmo período do ano passado, e totalizaram US$ 1,213 bilhão. Com uma corrente de comércio (exportação+importação) de US$ 2,776 bilhões, o comércio bilateral proporcionou ao Brasil um superávit de US$ 351 milhões.

No primeiro trimestre, as exportações para o Chile foram lideradas pelo petróleo, no total de US$ 424 milhões, com uma queda de 21%. Outros destaques na pauta exportadora foram carne bovina (US$ 162 milhões); veículos para transporte de cargas (US$ 72 milhões); carne suína (US$ 58 milhões); e demais produtos da indústria de transformação (US$ 55 milhões).

Do lado chileno, os principais produtos embarcados para o Brasil foram cobre (US$ 561 milhões); pescados (US$ 225 milhões); outros minérios e concentrados de metais de base (US$ 72 milhões); demais produtos da indústria de transformação (US$ 42 milhões); e bebidas alcoólicas (US$ 40 milhões).

Fonte: Comex do Brasil

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