Boric visita o Brasil para discutir Rota Bioceânica com Lula; Senado reage a tarifas dos EUA
Em um movimento estratégico voltado à integração continental, o presidente do Chile, Gabriel Boric, desembarca no Brasil entre os dias 22 e 23 de abril, com um objetivo claro: avançar nas negociações sobre a Rota Bioceânica de Capricórnio. A visita, revelada pelo canal de notícias CNN, terá como ponto alto o encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, agendado para o dia 22.
A Rota Bioceânica promete ser um dos maiores projetos logísticos da América do Sul, ligando os oceanos Atlântico e Pacífico por terra, através de um corredor que passará por Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. O presidente chileno teria, inclusive, solicitado a realização de um seminário conjunto entre autoridades dos dois países para aprofundar o debate sobre os impactos da rota no comércio e no turismo da região.
O projeto é visto como uma oportunidade de ouro para fortalecer as relações econômicas sul-americanas, diminuindo a dependência de rotas marítimas tradicionais e criando novas possibilidades para a exportação e o turismo intercontinental. A expectativa é que a conversa com Lula fortaleça os laços diplomáticos e acelere o cronograma da iniciativa.
Enquanto isso, em outro front da política externa, o Brasil se vê às voltas com possíveis tensões comerciais com os Estados Unidos. O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS), fez duras críticas às novas tarifas que os norte-americanos pretendem impor sobre produtos brasileiros.
Em discurso no plenário nesta quarta-feira (2), Trad adotou tom firme ao defender os interesses do agronegócio nacional. “Não podemos aceitar que o produtor brasileiro seja sempre o elo mais frágil dessa cadeia de conflito global”, declarou o senador, pedindo equilíbrio nas relações, mas sem abrir mão da defesa enfática dos produtores do país.
A declaração reforça o clima de alerta entre parlamentares e setores produtivos, diante do que pode se tornar mais uma disputa comercial em meio a um cenário internacional cada vez mais volátil.
Informações: Campo Grande News
